Será que os direitos de uma
população devem ser medidos por seu “tamanho”? Para a organização cristã
Christian Institute, do Reino Unido, sim.
Em uma polêmica declaração feita semana passada, o instituto
disse que a população gay é “muito pequena” e, assim, não vale a pena dar a ela
direitos iguais em relação ao casamento. A afirmação se baseia nos dados
coletados pelo Office for National Statistics (ONS), equivalente britânico ao
nosso IBGE.
Segundo o ONS, apenas 2,6% da população britânica se declara gay
(1,5% dos homens), lésbica (0,7% das mulheres) ou bissexual (0,4% das pessoas),
embora organizações LGBTs, como a Stonewall, estimem que o percentual varie
entre 6 e 10%, informou o site PinkNews.
A estatística oficial leva o Christian Institute a acreditar que
uma população tão “pequena” não deve ensejar mudanças na lei. “É surpreendente
que uma mudança tão monumental esteja sendo realizada em nome de uma pequenina
parcela da sociedade”, disse Mike Judge, do instituto, ao jornal Daily Mail.
A afirmação não ficou sem resposta. Benjamim Cohen, fundador da
campanha Out4Marriage, que defende o casamento igualitário, declarou: “Para
além do fato de que muitos têm questionado a precisão e a utilidade das
pesquisas do ONS, mesmo se a população de lésbicas, gays e bissexuais fosse tão
baixa quanto indicada, por que isso significaria que os LGBTs deveriam ter
menos direitos que os heterossexuais?”.
“Os judeus representam menos de 0,5% da população do Reino
Unido”, continua Cohen. “No entanto, como judeu, eu tenho o direito legal de me
casar, que esse casamento seja realizado por um rabino e reconhecido pelo
Estado, embora, obviamente, apenas com alguém do sexo oposto atualmente. Pela
interpretação do Christian Institute dos dados populacionais, a população de
judeus é presumivelmente ainda ‘menor’, então presumivelmente o Christian
Institute acredita que, como os gays, os judeus deveriam ter o direito de se
casarem negado”.
O casamento gay está em debate no Reino Unido. Recentemente, o
ator Hugh Grant gravou um vídeo de apoio
para a Out4Marriage.
Fonte/Foto: A Capa
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