sábado, 13 de outubro de 2012

Começa terceira edição do CLOSE – Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual


Acontece na próxima semana, de 16 a 21 de outubro, em Porto Alegre, a terceira edição do CLOSE – Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual. O evento é uma co-realização da ONG SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade e da produtora de cinema Avante Filmes.

Construído este ano através de uma rede colaborativa e de forma independente, o CLOSE tem como objetivo valorizar e promover o debate sobre a diversidade da sexualidade humana e do cinema como meio de transformação social, política e cultural, e busca fomentar a circulação e a difusão de produções audiovisuais nacionais e internacionais, compreendendo a potência das redes enquanto meios de ação e articulação social.

A Mostra Panorama foi construída através de uma rede de cineastas ao redor do mundo, que indicaram outras obras e diretores para integrarem o festival. Com formato diversificado, com produções expoentes do cinema queer e independente, a mostra tem como destaque os nacionais “Tudo o que Deus Criou”, de André da Costa Pinto, com Guta Stresser, Letícia Spiller, Paulo Vespúcio e Maria Gladys, além de atores paraibanos, e “Aqueles Dois”, longa gaúcho de Sérgio Amon, baseado no conto de Caio Fernando Abreu. A Mostra Panorama resgata esta obra que teve poucas exibições no país.

Entre os internacionais, se destacam a estreia no Brasil de “Mary Marie”, primeiro filme da diretora Alexandra Roxo, que tem tons autobiográficos; “The Children of Srikandi”, documentário indonésio que é o primeiro a discutir lesbianidade no país com a maior população muçulmana do mundo; “Reincarnate”, polêmico longa tailandês, inédito no Brasil, que quebra os dogmas impostos pela ditadura na Tailândia. Dirigido por Thunska Pansittivorakul, contou com o envolvimento do aclamado Apichatpong Weerasethakul; e “Otto; Or, Up With Dead People”, do controverso Bruce La Bruce, que utiliza zumbis como metáforas para discutir política e sexualidade de forma descontraída e eficiente.

As sessões acontecem de 16 a 21 de outubro, no Cine Bancários e na Sala Norberto Lubisco da Casa de Cultura Mario Quintana, sempre com entrada franca. Os dez curtas-metragens selecionados para a Mostra Competitiva serão exibidos em duas sessões, na sexta (19) e no sábado (20), a partir das 17h30, no Cine Bancários. O encerramento e a cerimônia de premiação acontecem no domingo, às 21h, no Cine Bancários.

Visite a página do CLOSE para mais informações e a programação completa!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Gay nascido na favela é vereador mais votado em Florianópolis; confira outros LGBT eleitos


Tiago Silva (foto), do PDT, foi o vereador mais votado da história da Câmara de Florianópolis. O jovem de 29 anos teve 6.860 votos.

O candidato é conhecido na cidade por ser o organizador da Parada Gay local. Essa foi a sua segunda tentativa de se eleger vereador. Filho de uma empregada doméstica, Tiago nasceu no morro do Mocotó, a principal favela da capital catarinense.

“A esperança venceu o medo. Eu não esperava ser o mais votado nem nos meus melhores sonhos. O melhor de tudo foi bater as famílias tradicionais que sempre venceram na política florianopolitana”, declarou o candidato após a divulgação do resultado.

Em Bauru, no interior de São Paulo, Markinho da Diversidade também foi eleito vereador. O candidato é um dos organizadores da Parada Gay da cidade e se elegeu com 2.838 votos, ficando na 12ª posição. Salvador também terá uma representante da classe. A médica Fabíola Mansur, do PSB, foi eleita com 6.524 votos. Já a cidade gaúcha de Cruz Alta elegeu o militante e gay assumido Everlei Martins, do PSB, com 778 votos.

Enquanto isso, em São Paulo, nenhum candidato LGBT foi eleito. Entre os 10 representantes da comunidade que concorriam a uma vaga na Câmara, a mais votada foi Silvetty Montilla.

A drag teve 4.763 votos e entre os 1.167 candidatos, ficou na 162º posição. Dentro do seu partido, o PSOL, Silvetty foi a terceira mais votada. Como o partido elegeu um candidato a vereador, ela será a segunda suplente. “Genteee… Obrigado pelos votos! Amei essa experiência… E força na peruca, e como sempre não desisto de um ideal, estarei sempre presente… Estaremos sempre renovando com ideias e objetivos e ficando atento com tudo para nos favorecer!”, postou a drag em sua página no Facebook.

Em seguida vieram Marcos Fernandes, do PSDB, e o ex-BBB Serginho, do PSD, que tiveram 2.619 votos cada. Para Serginho, ele não foi eleito por preconceito. “Ser votado em política é muito difícil, ainda mais com tanto preconceito e desunião entre os gays”, postou em sua página no Twitter. O ex-BBB disse ainda que vai tentar se eleger deputado federal nas próximas eleições, em 2014.

No Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o prefeito ultra-simpatizante da causa gay, foi reeleito pelo PMDB com 64,60% dos votos. Infelizmente, o vereador Carlos Bolsonaro do PP, filho do deputado Jair Bolsonoro, também foi reeleito com 23.679 votos. Já o professor Eliseu Neto, único candidato gay assumido da cidade, recebeu apenas 1.432 votos e não conseguiu chegar à Câmara Municipal.

Fonte/Fotos: A Capa

sábado, 6 de outubro de 2012

Grupo cristão diz que população gay é “muito pequena” para ter direito ao casamento


Será que os direitos de uma população devem ser medidos por seu “tamanho”? Para a organização cristã Christian Institute, do Reino Unido, sim.

Em uma polêmica declaração feita semana passada, o instituto disse que a população gay é “muito pequena” e, assim, não vale a pena dar a ela direitos iguais em relação ao casamento. A afirmação se baseia nos dados coletados pelo Office for National Statistics (ONS), equivalente britânico ao nosso IBGE.

Segundo o ONS, apenas 2,6% da população britânica se declara gay (1,5% dos homens), lésbica (0,7% das mulheres) ou bissexual (0,4% das pessoas), embora organizações LGBTs, como a Stonewall, estimem que o percentual varie entre 6 e 10%, informou o site PinkNews.

A estatística oficial leva o Christian Institute a acreditar que uma população tão “pequena” não deve ensejar mudanças na lei. “É surpreendente que uma mudança tão monumental esteja sendo realizada em nome de uma pequenina parcela da sociedade”, disse Mike Judge, do instituto, ao jornal Daily Mail.

A afirmação não ficou sem resposta. Benjamim Cohen, fundador da campanha Out4Marriage, que defende o casamento igualitário, declarou: “Para além do fato de que muitos têm questionado a precisão e a utilidade das pesquisas do ONS, mesmo se a população de lésbicas, gays e bissexuais fosse tão baixa quanto indicada, por que isso significaria que os LGBTs deveriam ter menos direitos que os heterossexuais?”.

“Os judeus representam menos de 0,5% da população do Reino Unido”, continua Cohen. “No entanto, como judeu, eu tenho o direito legal de me casar, que esse casamento seja realizado por um rabino e reconhecido pelo Estado, embora, obviamente, apenas com alguém do sexo oposto atualmente. Pela interpretação do Christian Institute dos dados populacionais, a população de judeus é presumivelmente ainda ‘menor’, então presumivelmente o Christian Institute acredita que, como os gays, os judeus deveriam ter o direito de se casarem negado”.

O casamento gay está em debate no Reino Unido. Recentemente, o ator Hugh Grant gravou um vídeo de apoio para a Out4Marriage.

Fonte/Foto: A Capa

A Rua: a juventude LGBT e a ocupação de espaços públicos na cidade de Porto Alegre


Realizado através da parceria entre o SOMOS e a Avante Filmes, o curta-metragem A Rua mostra um pouco do espaço de resistência e ocupação no bairro mais boêmio de Porto Alegre, a Cidade Baixa.

Em um momento especial, em que o debate sobre a ocupação e a privatização do espaço público nos provoca a refletir sobre nossa cidade, questionamos também os espaços destinados aos jovens em Porto Alegre.

Há alguns anos, a Rua Lima e Silva no bairro Cidade Baixa afirma-se como um lugar de resistência e conflito, marcado pela intolerância e desrespeito aos Direitos Humanos da população LGBT. Ao mesmo tempo, é um lugar onde a diversidade insiste em demarcar território e onde incansáveis jovens de diversas sexualidades afirmam: “somos assim e estamos aqui”. E isso, é claro, incomoda muita gente.

Confira o filme abaixo:


Fonte: SOMOS

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Valéria Houston vence etapa gaúcha de festival de músicas francesas


Valéria Houston representará o Rio Grande do Sul na final nacional do 5º Festival da Canção Francesa, que acontece em São Luís do Maranhão no dia 24 de outubro.

A artista foi a primeira colocada na etapa gaúcha, realizada na noite desta sexta-feira, 28, no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

Ela venceu o concurso interpretando a música “Quelqu’un m’a dit”, de Carla Bruni, e também ganhará uma viagem de seis dias a Paris.

Valéria Barcellos nasceu em Santo Ângelo e começou a cantar em 1986, aos seis anos de idade, quando venceu seu primeiro festival da canção. Em 2005, foi eleita Rainha Gay do Carnaval da cidade de Santo Ângelo, época em que adotou o nome artístico “Valéria Houston”.

A segunda colocada foi Hevelyn Costa, que interpretou Je Pars, de Camélia Jordana. Ela também está na final nacional do concurso.

O Festival da Canção Francesa nasceu em Porto Alegre há cinco anos e é realizado pela Aliança Francesa em cinco regionais. Neste ano, o repertório era de músicas dos anos 2000.
Fonte/Foto: Zero Hora/Rodrigo Bagaglia

Ativista de luta contra a AIDS deixa saudades


A psicóloga Sandra Mello Perin faleceu na madrugada do dia 29 de setembro, às vésperas de completar 56 anos. Ela sofreu um acidente de carro quando viajava para a casa dos pais, em Erechim, para comemorar a data ao lado de seu companheiro, Auri Rommel.

 Sandra Perin desde 2003 passou a atuar mais intensamente da luta contra a AIDS, participando da diretoria do GAPA/RS, tendo sido conselheira, Secretária Geral e em outras funções. Também era atuante nos espaços de controle social, como no Conselho Municipal de Saúde e Conselho Estadual de Saúde e, também, nas discussões sobre ética em pesquisas. Atualmente, atuava na coordenação das atividades do Comitê Comunitário de Acompanhamento em Pesquisa do Estudo PROVE IT em Porto Alegre.

Entre 2003 a 2006 Sandra coordenou o Projeto Buddy, de acompanhamento domiciliar para pessoas com AIDS em Porto Alegre desenvolvido pelo GAPA/RS, assim como coordenou outros projetos importantes.

Sandra Perin é um dos nomes mais antigos e destacados da luta contra a AIDS no Brasil, dentre os diversos brilhantes nomes que o RS produziu e produz. Abraçou a causa da tuberculose, como necessidade que vislumbrou em seu longo trabalho com população privada de liberdade e em estado de rua.

O SOMOS se solidariza e lamenta a perda desta que foi uma grande parceira.

Fonte/Fotos: SOMOS

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Casamento coletivo: 47 casais gays assinam união estável em SP


Na última sexta, 28, foi realizado em São Paulo um casamento comunitário com 47 casais homossexuais no Centro de Tradições Nordestinas (CTN).

Além do ato ecumênico, celebrado pelo reverendo Cristiano Valério, da Igreja da Comunidade Metropolitana, e pela pastora evangélica Lanna Holder, os casais puderam assinar os papéis da união estável gratuitamente.

A iniciativa do evento partiu da Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania do Governo do Estado de São Paulo, através do Centro de Integração da Cidadania (CIC) e da Coordenação da Diversidade Sexual. O CTN cedeu o espaço para o casamento, que contou ainda com o apoio do 29º Cartório de Registro Civil.

Renata Abreu, diretora-presidente do CTN, fez um discurso emocionado na abertura do evento. “A comunidade homossexual é muito presente aqui também no Centro de Tradições Nordestinas. A gente tem observado que a comunidade tem mudado. Então nada mais justo do que esse reconhecimento que eles já pleiteiam. A celebração ecumênica hoje marca uma conquista por esse direito, por essa igualdade, que é um marco sim para o reconhecimento desses cidadãos”, disse Renata.

Estavam presentes também o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Heloísa Arruda, secretária da Justiça do Estado de São Paulo. O deputado aproveitou para fazer sua campanha em prol do Casamento Igualitário. “Deixar para os homossexuais só a união estável é uma sorte de gueto. Nós queremos os mesmos direitos com os mesmos nomes. Tem um efeito de reconhecimento social. A conversão em casamento promove um reconhecimento social e acaba com o preconceito”, reivindicou Wyllys.

Os casais entraram um a um e ocuparam seus lugares em frente ao palco, ao lado das respectivas testemunhas. Em seguida, eles foram chamados ao palco para assinarem os papéis.

O primeiro casal a registrar a união foi Priscila Pires da Silva, de 24 anos, e Kathrein Marrechi, de 31 anos, que estavam juntas há dois anos. As duas nunca tinham tido um relacionamento homossexual antes de se conhecerem. Agora, elas pretendem entrar na Justiça para obter o direito ao casamento civil.

Depois das meninas, foi à vez de um casal de homens que estavam juntos há 24 anos celebrarem sua união. Os outros 45 casais fizeram o mesmo processo, embalados pela trilha sonora, que ia de música instrumental a cantoras cantando clássicos de Whitney Houston. Foram 32 casais de mulheres e 15 de homens.

Para encerrar em grande estilo, como em todo casamento, não poderia faltar uma festa, que teve o comando de Silvetty Montilla e o som dos DJs Mauro Borges, Jéssica Angell, Shirley Carvalho e Sandra Bull.
Fonte/Foto: A Capa
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